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Os zoológicos são prisões para animais?

Autor: Maya Paranhos Colares
Data da publicação: 7 abril, 2020

Jardins Zoológicos são lugares específicos para se manter animais selvagens podendo haver, ou não, a exibição desses para o público como forma de entretenimento. Além da exposição dos animais, que só poderiam ser observados na selva, estes lugares têm como finalidade o estudo dos hábitos e o comportamento dos mesmos e de ajudar a proteger espécies ameaçadas.

Contudo, em algumas unidades podem ser observados os maus-tratos que estes animais sofrem, desde a precariedade na alimentação até o confinamento cruel a qual os mesmos estão submetidos, o que acaba resultando na desnutrição e adoecimento dos mesmos.

Além disso, esses animais podem ser executados caso venham a oferecer risco a algum ser humano nestes locais. Esta realidade acaba se opondo à ideia real de um Jardim Zoológico, que consiste no estudo e na proteção dos animais em estado de vulnerabilidade. Levando em consideração esta realidade, cabe uma reflexão se os zoológicos podem ser tratados como um santuário ou como uma prisão para estes animais.

Os zoológicos servem para entreter, não para educar.

A palavra “zoológico” vem da junção de três termos gregos, são eles: zoom, logía e ico. A formação do substantivo a partir dos termos citados significa “local para o estudo de animais”. Nestes locais devem existir profissionais especializados, como veterinários, biólogos e zootecnistas, responsáveis por cuidar da alimentação, da ambientação dos recintos e da saúde dos animais.

Contudo, na maior parte das unidades de jardins zoológicos têm como principal objetivo a exposição destes animais para o público, visando gerar lucro em troca de entretenimento ao invés do estudo e proteção desses animais. A ideia de confinamento dificilmente é benéfica algum tipo de animal.

Poucas são as situações nas quais manter o animal recluso pode ser conveniente como, por exemplo, quando um animal provém de uma área degradada, com comida escassa ou de áreas próximo a rodovias e com poucos corredores migratórios.

Além das situações citadas, pode ser considerado também o resgate de animais utilizados para apresentações circenses. Fora as situações mencionadas, quase todo animal submetido a confinamento dificilmente conseguirá retornar ao seu habitat, permanecendo assim o resto da vida a mercê de cuidados humanos.

Em alguns zoológicos, os animais sofrem abuso físico e psicológico

A ideia de que animais são bem tratados em zoológicos pode ser facilmente desafiada. No zoológico de Cincinnati, nos Estados Unidos, um gorila foi executado após ter agarrado um menino de quatro anos que caiu em seu cativeiro.

Aparentemente o gorila era muito bem alimentado, pois tinha ótima aparência. Porém, o fato de manter um animal em cativeiro, mesmo com alimento em abundância e podendo executá-lo a qualquer momento não remete a ideia de bons tratos. Os efeitos de manter um animal em cativeiro parecem ser especialmente nocivos aos elefantes. Uma causa frequente de morte desses animais são infecções que se desenvolvem nas patas por estarem sempre pisando sobre suas fezes e urina.

Estes animais possuem almofadas nas patas projetadas para grandes caminhadas e quando ficam parados em recintos fechados, geralmente de cimento, acabam pisando na própria urina ou fezes ao se movimentar. Manter um animal que necessita se movimentar em um espaço bem delimitado é um abuso com a saúde do mesmo.

O pequeno tamanho dos jardins zoológicos e a má qualidade de vida dos animais

Em cada país, as respectivas autoridades responsáveis determinam as condições mínimas para se manter um jardim zoológico. Por lei, no Brasil, as dimensões do ambiente e as respectivas instalações devem atender aos requisitos mínimos de habitabilidade, sanidade e segurança de cada espécie, atendendo às necessidades ecológicas, ao mesmo tempo garantindo a continuidade do manejo e dos tratamentos indispensáveis à proteção e conforto do público visitante.

Porém, os ambientes nos quais os animais silvestres ficam reclusos ainda são muito pequenos em comparação ao seu habitat. Em contrapartida, existem locais denominados como Santuários. Estes locais consistem em grandes áreas, que se assimilam ao habitat de cada espécie, reservadas para a proteção de animais ameaçados de extinção, para a reabilitação de animais que passaram por maus-tratos, tráfico ou por algum desastre ambiental.

É um lugar sem fins lucrativos onde os eles são tratados e, na maioria dos casos, reintroduzidos na natureza. A ideia de um zoológico não é ao todo ruim, pois permite a empatia e conscientização ambiental pela proximidade do ser humano aos animais. Porém, mantê-los em cativeiro é no mínimo uma crueldade. Talvez a extinção da atual concepção de zoológicos e a criação de mais santuários, onde os animais possam se sentir mais livres, podendo as pessoas possam visitá-los em expedições seria mais interessante para o bem-estar dos animais que necessitam de reabilitação.